ImageUma amiga tinha me dito que a sensação após a cirurgia seria essa. A gente fica “pra morrer”. De fato, acordar da cirurgia e os cinco primeiros dias foram como um filme de terror. Passei muito mal com a anestesia, vomitei muito, desmaiei muito e mesmo com muito remédio, senti muita, mas muita dor. O corte da abdominoplastia não doeu em nenhum momento. O que pega é a lipo!

Já voltei para o quarto com a cinta, um macaquinho que vai do joelho ao ombro. Isso dá segurança, porque fica tudo firme lá dentro. 

Nem vou me ater muito a estes detalhes porque desanimam qualquer um. E não é essa minha intenção! Só quero contar a evolução disto tudo…

Voltei para casa no dia seguinte, após muitos desmaios, com três drenos, uma fralda e sem poder esticar a barriga e com apenas uma posição para dormir.

No terceiro dia, já fui à clinica fazer a primeira sessão de drenagem linfática. Mais um desmaio. Dói demais, porém é muito importante e eu virei a maior fã de drenagens, pretendo nunca mais abandonar! Também troquei os curativos, arrumei os drenos etc.

Fiquei me perguntando se seria essa dor por muito tempo e cheguei a me arrepender: “Por que raios eu fiz isso comigo mesma?” Mas isso passa. Aos cinco dias, tudo melhorou…

 

celebrity-plastic-surgery-5Com todos os exames feitos e liberada pelos médicos, passei a organizar minha vida. Pedi um mês de férias no trabalho, sincronizei com as férias do meu filho e escolhi um período que minha mãe pudesse me ajudar. Não é possível, hoje eu sei mais do que nunca, operar sem ter uma infra-estrutura mínima e alguém para cuidar de você (e do seu filho, se tiver) 24h por dia.

Comprei as cintas pós operatórias, orientada pelo médico. Elas são caras, mas serão seu outfit pelos próximos três meses, quase que uma segunda pele, por isso não é hora de economizar. Outra coisa importante que a clínica me ofereceu, foi uma consulta com uma nutricionista, que me passou uma dieta pré e pós-cirúrgica e uma vitamina para segurar a imunidade. O difícil foi segurar a ansiedade.

É claro que um dia antes da operação, em jejum absoluto de 12h, eu não consegui dormir. Nunca havia tomado um ponto, feito qualquer procedimento cirúrgico, meu filho nasceu de parto normal! Não sabia o que esperar. 

Cheguei ao hospital antes do horário marcado, minha mãe e meu marido foram comigo e meu filho ficou com o meu pai. Fomos para o quarto e esperamos por volta de duas horas até descer para o centro cirúrgico. Não posso fingir que não foram alguns dos momentos mais aterrorizantes da minha vida. Eu estava com muito, muito medo! Colocar aquela roupinha, descer na maca, entrar na sala de cirurgia… Mas eu me controlei e fui até elogiada pelo anestesista pela minha “calma”.

Meu médico me riscou inteira, me deitou na maca e o anestesista me deu a primeira picada. Só acordaria muitas horas depois.

 

 

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A procura pelo médico perfeito (para o meu caso) começou da forma mais básica possível: indicações. Eu não sou ryca mas também não queria ir para a maca com um açougueiro qualquer.

Então comecei a perguntar para as amigas que já haviam feito plásticas, ou as que conheciam alguém que já havia feito, etc. A partir daí, recolhi alguns nomes e só então parti para a pesquisa no Conselho Regional de Medicina, para assegurar que eram “médicos de verdade” e na Sociedade Brasileira Cirurgia Plástica, para saber quais tinham registro de especialista. Estes passos são certamente os mais importantes e só segui com os que encontrei nos dois orgãos. 

Com os nomes que restaram, pesquisei se havia reclamações, processos judiciais, etc. 

Me restaram três cirurgiões, com os quais marquei consultas. Geralmente as consultas são pagas, por volta de 200 reais, por isso não seria o caso de visitar todas as clínicas de São Paulo!

Achei engraçado que cada médico que me atendeu tinha uma forma completamente diferente de conversar e até mesmo técnicas completamente diferentes. Como eu pensava em fazer abdominoplastia, uma pequena lipo e talvez colocar próteses de silicone, cada um sugeriu etapas totalmente diferentes. O primeiro médico queria fazer a lipo na clínica e dois meses depois fazer a abdominoplastia e os peitos em um hospital. Já descartei. Eu sou totalmente contra fazer qualquer tipo de procedimento cirúrgico em clínicas, por mais chiques que possam parecer. Elas não têm a infrastrutura de um hospital caso haja alguma complicação. De qualquer forma, o valor total beirava os 30 mil reais e a clínica parcelava em 6X. Era pesado para mim.

O segundo plástico era um senhor muito idoso, que mediu minha pressão e checou meus sinais durante a consulta. Ele me disse que só faria a operação se eu emagrecesse. Nem chegamos a falar de preços. Acho que ele foi bem correto, mas eu tentei emagrecer para operar durante um ano e não consegui… Minha saúde estava boa, então parti para o terceiro e último.

O dr. que faria minha cirurgia sugeriu fazer a lipo e a abdominoplastia juntas, no hospital e deixar a plástica nos seios para depois, quando eu já estivesse recuperada e no meu peso ideal. Explicou que os três procedimentos juntos eram arriscados e ele não faria. Gostei. Tirei muitas dúvidas, ele respondeu todas. Na hora de negociar, fechamos em um valor justo (por volta de 11 mil) e a clínica facilitou o pagamento. Perfeito. 

Contrato assinado, hora de fazer a lista enorme de exames pré operatórios! Só eles diriam se eu realmente poderia operar. Caso não pudesse, o contrato estaria cancelado sem multas.

Eu nunca fui super encanada com beleza dentro dos padrões estabelecidos. Já tive cabelos de todas as cores e cortes, piercings, amo tatuagens. Mas nunca estive realmente feliz com meu corpo. Era daquelas que alargava a camiseta para não marcar e fazia dietas malucas que resultavam em nada. Nunca fui atleta, mas sempre pulei de academia para academia.

A coisa ficou realmente feia depois do nascimento do meu filho, hoje com 8 anos. Durante a gravidez eu engordei 30kg porque tive de fazer repouso absoluto e minha barriga ficou simplesmente destruída. Minhas amigas diziam “ah, imagina, como assim destruída?” Se você não tem filhos ou isso não aconteceu com você, procure no google. Eu não tenho coragem de postar foto minha. Pelo menos por enquanto. Quem sabe quando já estiver bem? Meus músculos romperam, minha pele rompeu, fiquei cheia de estrias e com uma barriga redonda.

Mesmo assim, quando me separei do pai do meu filho, me apaixonei pelo boxe e voltei para o meu peso. Durou pouco: Os 30 anos caíram sobre mim como uma bomba! Engordei, de repente, 20kg. Ganhei dobras, minha barriga ficou pior do que nunca. Quem ficou com a barriga assim sabe que quanto mais emagrecemos, pior a coisa fica. Foi então que um dia, durante um almoço de família, meu pai me disse para pesquisar a tal da abdominoplastia, quem sabe ele não poderia pagar para mim, já que era algo tão importante? Eu não tiro a roupa toda na frente do meu marido, nunca mais usei um biquini. Comecei a chorar. Foi então que eu percebi o quanto aquilo era realmente importante para mim! Assim comecei minha pesquisa sobre médicos, métodos e a cirurgia em si, mas isso é outro post!

Por enquanto digo que resolvi criar este blog para partilhar essa experiência de uma mulher comum, que não é celebridade, que parcelou a plástica, que trabalha, tem filho para criar e não pretende se tornar um cyborg, dar dicas, falar as verdades sobre o pós-operatório e sobre esse começo de uma vida nova.

Boa noite Marias Bonitas, espero trocar ideias e experiências com vocês!